Muitos torcem o nariz para o festival. Dizem que é "Pop in Rio", denigrem, mas, estar lá, viver o clima, entender o quanto foi importante o primeiro, e quão importante é voltar a ter, em nossas terras, um festival de música, hoje, incomparável, é para poucos.
Não há que se falar em Woodstock, este, sim, único. Mas, não existe Ozzfest, ou Loolapalloosa que o supere. O Rock In Rio, seja em Lisboa, ou em Madri, é o Rock In Rio.
Como venho dizendo nas mídias sociais. Nem é necessariamente rock, nem precisa ser no Rio. o Rock In Rio é uma marca. Tem donos, os Medina(s), pai e filha, preza pelo que que pode vender ou não. Tem fim de lucros. E, é o que funciona.
Na minha retrospectiva do Rock in Rio 2011, começo pelo show principal, do dia em que lá estive, ao vivo. Infelizmente não é mais na Cidade do Rock original, onde cabiam bem mais do que 100 mil
Mas a nova Cidade do Rock é interessante, apesar de parecer um grande espaço multimídia publicitário. A Rock Street, realmente uma versão da Bourbon Street é bem interessante. Acho que stands de patrocinadores e lojas demais tiram espaço de circulação dos até então 100mil habitantes da Cidade do Rock (parece que na próxima edição serão apenas 85mil). Brinquedos como a Roda Gigante, a Montanha Russa e a Tirolesa (com adendo sobre esta última), parecem ser apenas distrações sem pé nem cabeça. Assim como uma tenda eletrônica, num festival de música. Musíca se toca com instrumentos, não com aparelhos onde se tocam cds, ou mp3.
Apesar dos avisos de vá de ônibus, fomos (eu, meus familiares e amigos), de carro, e de lá saímos de carro. E foi o melhor modo de ir e de lá sair. Sem ter de brigar com o motorista do ônibus em que se passavam 06 horas numa fila para se conseguir o Rio Card -Rock In Rio, por 35 reais, e depois ver tal ônibus parando no meio do caminho e aceitando pessoas que pagassem apenas R$ 20,00. Melhor do que pegar o outro ônibus que deixava as pessoas no Autódromo, 2km da Cidade do Rock.
Ainda assim, entrar na Cidade do Rock foi um suplício. Perdemos o show do Matanza nesta brincadeira. E aí vem outra crítica. pq abrir os portões às 14h, quando os shows começam logo depois, à s14h40 e a fila não anda rápido o suficiente? Resultado? Matanza tocou para um público pequeno pq o seu público estava ainda na fila.
E falando em fila, que porcaria é essa de o ticket comprado num lugar só vale para aquele lugar? Resultado: Heineken da Rock Street sem fila, Bob's com fila que não andava.
Pq não criar um ticket que vale em qq loja? E até descobrir qual a melhor relação benefício, loja-tickets-posição na Cidade do Rock, lá se foi o show do Korzus (maneiro, por sinal, segundo as imagens do Multishow). Botequim Informal, em frente ao Palco Sunset (poderia ser o Habbib's tb). de frente pro palco. Fila pequena, e que anda, mas, mesmo na fila, se consegue ver o show. Perto o suficiente para, num grupo de amigos, se revezar na tarefa de sair do "tumulto" e pegar umas cervas, e uns bolinhos de aipim com carne seca, ou fartas coxinhas de galinha (poderiam ser esfirras ou pizzas). Ah... Chopp Heineken... Nada de Xixicariol da edição de 2001.
Não encontrei minha amiga que estava trabalhando na campanha do Ministério da Saúde, mas fiquei triste ao saber que quatro casos (pelo menos) de HIV foram descobertos durante o festival. E faço coro com o cronista do O Globo, que não vê motivos para que se façam testes de HIV em eventos como estes.
Mas encontrei um monte de amigos que não esperava encontrar, como o Giovani, de Viçosa-MG, meu companheiro de roquenrol, birita e poker, e outros que até eram prováveis, como o Edison, meu companheiro de shows e de trabalho, assim como o Guilherme que levou o seu filho. Eu tb levei a minha filha, a mais velha, claro, que se acabou no show do Slipknot.
Antes disso, já na boa, bebendo cerva, pudemos curtir com a galera, durante o show do Angra, no Palco Sunset. E depois ainda teve Sepultura (tá, não é a mesma coisa desde que o Max Cavaleira saiu da banda. Pior ainda que não há mais Cavaleiras na banda, com a saída de Igor), mas, ainda assim, mereciam, tanto o Angra, quanto o Sepultura o Palco Mundo, que nem o Glória, nem o "Cambraia" merecem.
Depois vieram os petardos do Motorhead. Indefectíveis. Vicerais. Aula de roquenrow, para bebê nenhum botar defeito. Mas se o show que poderia parecer anti-clímax para os mais tradicionais adoradores do "Deus-Metal", estava mal escalando, entre a banda do Lemmy e o Metallica, estes se surpreenderam, quando viram a exibição de gala do Slipknot. Não é o som que vou ouvir na minha sala, no meu celular, no som do meu carro, mas, no palco, faz todo o sentido e pagam cada centavo, do sentido de entretenimento. Máscaras, adereços, pirotecnias e acrobacias não são novidades num palco, mas o circo do Slipknot é muito mais do que isso. Ponto alto para a bateria içada no palco, e aos integrantes se jogando na galera.
E depois, o melhor show desta edição do Rock In Rio. Um impecável Metallica. Com sobriedade, competência, e um set list para lá de phodônico, a banda de Heatfield, Urich, Hammet e Trujillo mandou ver. Mais de duas horas de Metal, suas principais músicas executadas (faltou Last Caress, do Misfit), a homenagem ao Cliff Burton, com direito a bandeira estendida (foto) e um bis, com "Am I Evil?;" e a que todos pedimos, "Seek & Destroy".
Passar 14 horas na Cidade do Rock foi uma maratona, para headbanger nenhum botar defeito. Foi como estar quase no paraíso do Metal.
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