segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O Show de uma vida.


Ruim de se comprar ingresso. Das 00h até 05h tentou-se, via internet comprar o ingresso. Sem sucesso.
Antes das 09h tentou-se comprar via telefone.
Mas pouco antes de se perder a esperança estivemos na frente da Modern Sound e conseguimos, sem fila, garantir a presença no show desta banda. No dia em que os ingreessos foram disponibilizados e esgotados.


Deveriam ter feito dois shows em SP, e, pelo menos, um no Rio.

Fomos lá.
E foi Ducaráio!
Olha q neste mesmo ano vi, nada mais q: Iron Maiden; KISS, e Heaven & Hell (para os sábios, a versão do Black Sabbath com melhor qualidade no vocal, ou seja, Ronnie James DIO).

Ainda assim, Angus Young, Brian Johnson, Malcolm Young (irmão mais velho de Angus, guitarra), Cliff Williams (baixo e longa cabeleira branca) e Phil Rudd (bateria), mandaram ver cerca de duas horas de petardos do bom e velho Rock N' Roll na sua melhor expressão.

Escrachado, bem tocado, com qualidade de som irretocável, o que faz diferenciar este show entre os demais, do ano, com produção de palco que superou até mesmo o KISS, com uma locomotiva de 6 toneladas entrando no palco, além da "Rosie" (foto), fora os canhões despejando fogo na platéia em "For Those About The Rock (We Salut You)”.
Infelizmente a música que determinou o encerramento do concerto. Mais duas horas de AC-DC seriam bem vindas por todos nós, ou, pelo menos, se eles tocassem “Money Talks”, num "extra bis" (ou seria bis de verdade?). Eu e meu amigo, concunhado e irmão, Vicente, pedimos. Pena não sermos atendidos.

Ok. Num show de um banda com histórico do AC-DC, que tem três décadas nas costas, em que seu maior ícone quase não tem mais cabelos para balançar (mas tem mais vitalidade do que muito guri de 18 anos), e com um acervo de clássicos severo, não tocar um, ou outro, hit, pode ser perdoável.

O que não é perdoável é o que os produtores do show (não) fizeram. Deixarem o Rio fora da turnê. A Cidade Maravilhosa, Olímpica agora, e que sempre foi o cartão postal do Brasil, é uma falta de consideração, senão um absurdo total. Na Argentina, assim como aqui, os ingressos se esgotaram no primeiro dia de vendas. Aqui só tivemos um dia de show. Lá se conseguiram mais dois. Só que lá, 80% da população mora em Buenos Aires. Aqui, bem, imagino a raiva de quem teve de sair de Belo Horizonte, do Nordeste, ou mesmo do Norte, para São Paulo, podendo ir para o Rio gastando menos, e num lugar melhor.

Não apenas pelas praias ou pela nossa gente, naturalmente mais receptiva. Mas pelo local do show.

O Morumbi não pode sediar nenhum show de Rock, muito menos aventar a possibilidade de ser palco de jogo de Copa do Mundo.

Ruim de chegar nele, e ainda pior de sair dele. Foi só sufoco tentar chegar ao local onde fica o estádio do famigerado SPFC. Nada de rivalidade futebolística envolvida. Só que é ruim mesmo de se chegar lá. E pior estar no seu entorno. Horroroso mesmo é tentar sair dele.

Tudo engarrafa e mal se consegue chegar ao local do show (q, aliás, alaga e eles mesmo avisam em suas paredes... Não é sacanagem, eu vi e fiquei assutado). Daí, vai querer matar a fome numa padaria... Não tem. Matar a sede num boteco. Não tem.

Só tem mansões, ou lugares em que pessoas espertas cobram rios de dinheiro para que algum maluco disposto a encarar dois engarrafamentos, na ida e na volta, estacionem seus carros. Ah! Ainda bem que algumas pessoas corajosas nos levam cerva (mais ou menos) gelada em suas Topic's. E outros em seus isopores com águas de “sei-lá-quais-são-as-procedências” com alguma cerva, inventarialmente não geladas á contento, e caras pra KCT.

Além de anúncios de “VENDE-SE”, nas mansões, e do próprio estádio do famigerado time do SPFC, nada mais tem em volta.

Ok. O Show foi PHODA. Emocionante. Angus corre o palco todo. Continua fazendo a marcação do tempo com as duas pernas e sai pulando pelo palco. E cai no chão e continua tocando, mesmo que rodando no próprio eixo deitado. Angus é PHODA. AC-DC é Ducaráio. Brian tb é phoda. É ele quem se pendura no gigantesco sino do AC-DC, pendurado em cima do palco, em Hells Bells.

Caramba, que banda. O som é perto da perfeição. A bateria está no ritmo. O baixo vai acompanhando e empurrando. A base da guitarra é feita pelo irmão do Angus, Malcolm, que, quanto mais velho fica, cada vez mais tem cara de psicopata. Tudo era perfeito.

Perrengue da chegada esquecido, só os louros da vitória de estar lá, e querer continuar lá, com eles tocando por quanto mais horas quiséssemos sobrava.

Mas chega a fatídica hora em que nos põem para fora do estádio Cícero Pompeu de Toledo. E para onde iremos? Vamos para aquele setor que, se disse, ser destinado aos taxis (afinal nosso carro estava à poucos quilômetros, considerando-se estar em SP, dali). E cadê taxis? Só engarrafamentos e uma ladeira gigantesca para subir. Por incrível que possa parecer, a ladeira foi a melhor opção e subimos. Subimos, subimos e...subimos.

Quando cansamos de subir e chegamos ao que seria o topo, pegamos o caminho da direita, na Av. Morumbi e subimos mais. Até que conseguimos um taxi, que seguia em direção contrária, que teve de fazer uma baianada, para nos levar para onde queríamos. Mas já estávamos na borada da Marginal Pinheiro a esta altura. Não entendo muito bem a geografia do local, mas, vejam no Google o quanto andamos. acho que foram uns 06 KM no barato.

Valeu a pena?

Ficar uma noite sem dormir tentando comprar os ingressos? Ficar horas no telefone, ainda tentando comprar os ingressos? Sair de Niterói e ir para Copacabana, para, enfim comprar os mal-fadados ingressos, sem dormir? Encarar chuva e ficar num ponto de táxi por mais 40 minutos sem conseguir um táxi, tentando chegar ao local do show? Tentar falar com os amigos que se sabia iriam para o show e não encontrá-los, apesar de se fazer contato? Pagar 5 pratas por Antártica Sub-Zero, mesmo ela não estando nem perto do zero? Andar por cerca de um hora e meia, andar mais de 6 Km para ter um chance de voltar para casa?

Valeu!

Pelo grande show que vimos. Pelo Angus, pelo Brian, Malcom e Cia...
Porque AC-DC é muito Phoda.

E mais ainda por que estavámos ao lado de uma fã, e não uma "fãnzoca" qualquer, mas da maior fã que conheço desta banda, neste show.

Seu primeiro grande show. E vê-la chorar, nas palavras dela mesma, como uma criança.

“Hey You...
Shook Me On Nigth Long!”

Foto: Cristiane Guidoreni, numa Canon "caseira". E longe do palco.

Um comentário:

  1. Chorei mesmo hehehehhe mas só em duas músicas hehehehe

    Foi inacreditável! Para sempre!

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